sábado, 2 de janeiro de 2010

Erros e surpresas

One Tree Hill 7.10 You are a runner and I am my father's son

Você é quem você é.
Somos mentirosos, somos ladrões, somos viciados.
Não damos valor à nossa felicidade até nos magoarmos ou magoarmos alguém.
Guardamos rancor.
E quando encaramos nossos erros, nós reinventamos nosso passado. Reinventamos nós mesmos.
Ao menos, tentamos.


As pessoas costumam dizer que a gente aprende com cada erro, ou pelo menos deveria. Deveria.

Não que você não deva nunca mais andar de bicicleta porque um dia levou um tombo e quebrou a perna, mas é de se esperar que você tome mais cuidado das próximas vezes que pedalar, certo? Errado. A gente simplesmente não aprende. Quem disser o contráio é escritor de livros de auto-ajuda ou quer fazer você se sentir melhor. Ninguém joga fora a bicicleta ou vai numa loja no dia seguinte comprar um capacete, joelheiras e cotoveleiras para se proteger. O tempo passa e você anda de novo, cai de novo, levanta...

No fundo, você sempre tem a esperança de que aquilo numa mais vai acontecer. E quando acontece, você se lembra de como era a dor.

Aquela sensação familiar, como num dejà vu masoquista. Aí você sofre, depois respira fundo e jura a si mesmo que aprendeu a lição. E, confiante, esquece o medo...

Somos orgulhosos, luxuriosos e incrivelmente imperfeitos.
E cedo ou tarde, nossas imperfeições se revelam.


Nesse episódio, Dan Scott volta a Tree Hill. E pela milésima vez, tenta conseguir o perdão do Nathan. Acontece que certos erros são difíceis de serem perdoados, e Dan já cometeu tanto desses que é até ingenuidade da sua parte acreditar que com uma pitada de boas ações tudo poderia ser esquecido. Pelo menos ele é persistente.. já levou dezenas de portas na cara e não desiste. Mas uma coisa que sempre me chamou a atenção nesse personagem é que as intenções dele nunca são claras. Ele já pareceu ter se regenerado várias vezes, já fez coisas boas, mas está sempre repetindo os mesmos erros.

Arriscar-se é uma forma (muitas vezes inconsciente) de admitir a possibilidade de errar, e mesmo assim seguir em frente. Sempre existe um risco. E o medo. A diferença é como você lida com eles.

O medo é bom, às vezes. O medo pode te impedir de pular da pára-quedas ou nadar num rio revolto. Nessa hora os defensores da máxima "viva cada dia como se fosse o último" (com a qual eu nunca concordei, aliás) dizem: mas se você deixar de fazer tudo por medo, não vai aproveitar a vida, vai perder muita coisa e blá blá blá.

Se você gosta de se machucar, vá em frente, arrisque-se em tudo. Eu gosto de alguns dos meus medos e preciso deles. São eles que me dizem, às vezes baixinho, às vezes gritando: "Cuidado. Pare. Não faça isso. Não diga aquilo. Pense melhor." Só que eu ainda os trato, na maioria das vezes, como a música brega que vem da casa do vizinho; fecho as janelas ou coloco fones de ouvido e abafo suas vozes. Por esperança de que eles estejam errados, por excesso de confiança na minha própria sorte ou por simplesmente ainda não ter aprendido com os tombos da bicicleta.

Às vezes, temos surpresas boas. Daquelas de se desesperar ao ver alguma coisa dar errado, ou achar/temer que não vai dar certo, e se surpreender de uma maneira totalmente boa. Da mesma forma que o tombo pode te pegar de surpresa, contornar um obstáculo com destreza e sem tremer a bicicleta também é uma dessas coisas que surpreendem.

É aí que alguns erros são esquecidos, e essa é a graça de viver: deixar a vida te surpreender.

Músicas desse episódio:

"Letters From The Sky" by Civil Twilight.
"Stranger Keeper" by The Rescues.
"Down" by Jason Walker.
"Let The Horses Loose" by The Rescues.
"False River" by AA Bondy.
"Electrical One" by Quinn Marston.
"Gravitate" by Lou Barlow.
"Baby I Need You" by Kim Taylor.
"Where Do We Go" by Bear Lake.
"Too Many Pills" by Ryan McAllister.
"Hotblack" by Oceanship.

Um comentário:

Nessa disse...

Tem sorteios lá sim! =P
Quando aparecer outro eu te aviso!

Bjosss!