quinta-feira, 19 de novembro de 2009

"Não é minha culpa!"

The New Adventures of Old Christine 5.07 Nuts

- O que está insinuando?
- Não estou insinuando nada, estou afirmando. Você acha que nada é culpa sua.

Gosto dessa série porque a protagonista, Christine, é uma mulher cheia de defeitos. Sem contar que adoro a atriz Julia Louis-Dreyfuss, a Elaine de Seinfeld, onde todos os quatro personagens principais eram pessoas comuns, com defeitos comuns, que todo mundo tenta esconder.

Em Old Christine, ela é egoísta, preguiçosa, e egocêntrica ao extremo. Sempre dá um jeito de se fazer de vítima de qualquer problema e arranja uma desculpa (esfarrapada) pra tudo. Nesse episódio, ela vai ao seu psicólogo, com quem ela quase teve um caso, mas eles decidiram que no momento ela precisava mais de um terapeuta do que de um namorado.

"Não é minha culpa se..." é uma das frases preferidas dela. E isso é um dilema pra (quase) qualquer pessoa normal (ou não). Quando é que a gente consegue realmente admitir nosso erros? Dar de ombros e dizer "É, foi minha culpa"; sem procurar qualquer desculpa ou justificativa pras nossas atitudes? E, acima de tudo, quando é que a gente sabe que chegou ao limite e pode desistir de algo com a consciência tranquila? Qual é o limite, a linha imaginária entre o "continuar" e o "desistir"? É o nível de dificuldade daquilo que desistimos que dita o limite, ou é a força de cada um pra enfrentar as dificuldades? Persistência é uma virtude, mas, até quando?

Como o terapeuta dela diz, a pessoa tem, eventualmente, que passar por algumas fases pra poder amadurecer, ou pelo menos conseguir lidar de forma saudável com esses problemas. Fase 1 - raiva (eu vou te matar!!); fase 2 - sofrimento (meu Deus... por que eu??); fase 3 - aceitação (ok, o que eu posso fazer a respeito disso...?). Quanto tempo dura cada fase? Independente das horas ou dias, cada pessoa tem seu tempo e sua forma de lidar com isso.

Questões como essa podem aparecer na nossa frente em qualquer momento, em qualquer área da nossa vida. Trabalho, carreira, estudos, relacionamentos. Até em uma série de comédia com uma personagem solteirona que nunca tem culpa de nada.

- Por que acha que eu terminaria com você?
- Porque isso é o que você faz. Quando algo fica desconfortável, você desiste.
- Sabe, isso está me deixando desconfortável. Você está demitido.